Um estado brasileiro é destaque como modelo de eficiência
“A moqueca no Espírito Santo, um estado de 4 milhões de habitantes na costa do sudeste brasileiro, é mais leve que a peixada na Bahia, seu vizinho no norte, explica um garçom de terno na capital, Vitória. Capixabas, como são chamados os residentes do Espírito Santo, gostam deste modo. Suas praias são menores que as do Rio de Janeiro, ao sul; suas cidades coloniais são mais simples que as de Minas Gerais, seu vizinho ao oeste. Uma vez considerados sinais de inferioridades, estes agora parecem símbolo de frugalidade. Outros estados estão tão endividados que não conseguem pagar salários, mas as contas do Espírito Santo estão em ordem.” – The Economist.
The Economist é uma publicação inglesa de notícias e assuntos internacionais de propriedade da The Economist Newspaper Ltd. e editada em sua sede na cidade de Londres, no Reino Unido. Está em publicação contínua desde a sua fundação por James Wilson, em setembro de 1843.
Neste mês de Agosto quem foi foco na revista foi o estado do Espírito Santo, que de acordo com a The Economist, em análise sobre a situação fiscal do estado em meio à crise econômica, conseguiu pagar seus servidores, passar pela crise sem dívida e manteve um nível de investimentos bem alto, diferente de seus estados vizinhos. Um exemplo é o Rio de Janeiro, que em 2016 terminou o ano com déficit de 10 bilhões de reais, já o Espírito Santo teve um superávit.
Ainda de acordo com a revista, tais realizações são atribuídas ao ex-governador Paulo Hartung e que seus modelos deveriam ser adotados pelas outras unidades federativas, mas será difícil sem que tenham mudanças nas leis federais.
O número de servidores públicos no Brasil chega a 12 milhões, e como não podem ser demitidos após a admissão, se tornam uma despesa permanente. Quase 80% dos gastos governamentais do Brasil vão para pagar salários e pensões (aposentadorias que passam até para as viúvas dos servidores), em comparação com uma média global de 50-60%.
Como o Espírito Santo conseguiu se manter no verde enquanto o restante do país cedia à crise? Algo que separou o estado foi a previsão logo em 2014, no início da crise, do que aconteceria e com isso, já criando medidas preventivas.
Hartung eliminou cerca de 7.000 professores públicos, os substituindo por professores temporários. Tal ação fez com que professores trabalhassem melhor, uma vez que sabem que podem ser descartados. No estado do Rio, menos de 3% são professores temporários. O estado do Espírito Santo deu um grande salto do 9° lugar para o 1° no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), entre 2013 e 2017, mostrando que as medidas pouco convencionais de Hartung vieram a calhar.
Outros dois estados, que também limitaram seus gastos com servidores públicos foram capazes de manter um nível consideravelmente alto de investimentos, investindo em média 304 reais por pessoa em 2018, juntamente com o Espírito Santo. Já Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, estados mais endividados do país, investiram apenas 91 reais por pessoa.
Fonte: https://www.economist.com/the-americas/2019/08/08/one-brazilian-state-stands-out-as-a-model-of-efficiency
Olírica Cunha
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